As Revoluções Educacionais
A presente vídeo-aula nos ajuda a compreender a escola contemporânea, através de sua formação histórica, nos mostrando seus momentos de rupturas e revoluções, e esclarecendo o modo pelo qual se moldou a atual configuração escolar.
Podem ser identificadas situações bem distintas no tocante a configuração e a posição da escola e da educação no bojo da sociedade. O autor José Esteve propõe três revoluções educacionais, para distinguir etapas e rupturas da organização escolar, e suas relações com o meio social e econômico de sua época.
A 1ª revolução educacional inicia-se, aproximadamente, há 2.500 anos atrás, no Egito Antigo, nas cortes dos faraós egípcios, nas chamadas casas de instrução. Esta etapa tem como característica destinar a educação para a aristocracia, aos filho dos nobres, dos reis, dos faraós e da elite burguesa, de uma maneira individualizada, através dos professores preceptores.
A 2ª revolução educacional é caracterizada pela responsabilidade do Estado em fornecer a educação escolar, iniciada com o decreto do Rei Frederico Guilherme II da Prússia, em 1787, visando diminuir o poder da igreja na formação dos indivíduos. Era uma escola notavelmente excludente, atendendo apenas 10% da população, sendo que só homens estudavam, e buscava-se a homogeneização das diferenças. Os professores da época eram considerados os detentores do saber, estabelecendo uma relação unilateral, verticalizada, com os alunos.
A 3ª revolução educacional é marcada pela universalização do acesso a educação, em um período em que o capital necessita, para sua reprodução, que a força de trabalho possua instrução escolar, para “apertar o parafuso do século XXI”. Iniciando-se nas décadas de 1920 e 1930 na Europa, e nas de 1980 e 1990 no Brasil, esta etapa também se correlaciona com a democracia, ao buscar o acesso universal e a inclusão das diferenças. Neste período os professores já não são considerados a única fonte de conhecimento, compartilhando tal função com diversas mídias e espaços.
Por fim, fica a questão: Poderá uma escola, que permanece com a mesma estrutura básica da 2ª revolução educacional, funcionar para os novos ditames do século XXI? Com a mesma disposição física e configuração ela dará conta de promover este acesso com qualidade e utilizando-se das diversas formas e fontes de conhecimento?